O ex-ministro Blairo Maggi não compareceu ao evento e foi representando pelo chefe de gabinete, o coronel Coraci Castilho, que definiu a função dos ex-membros da pasta como “caixeiros-viajantes”, em referência às viagens feitas pela equipe nos últimos dois anos para abertura de mercados e resolução de imbróglios internacionais.
Tereza Cristina iniciou o discurso agradecendo a nova função e parabenizando colegas que assumiram outros ministérios, como Luiz Mandetta (DEM-MS), novo ministro da Saúde. “Temos obrigação de fazer um grande ministério e entregar aos produtores rurais aquilo que eles esperam deste novo governo”, disse. Ela afirmou que Maggi deixou um legado e que sua missão será “fazer mais e melhor”.
Sobre as fusões que ocorreram com a reforma ministerial promovida por Bolsonaro, Cristina disse que foi possível “abrigar no mesmo teto áreas afins que já estiveram separadas”. O novo Ministério da Agricultura terá mais atribuições e vai absorver unidades que estavam abrigadas nos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social, na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, da Casa Civil, e na Secretaria de Mobilidade Social e Cooperativismo da própria Agricultura. “Comemoramos a volta da agricultura familiar, somos convictos que a agricultura empresarial e familiar são o mesmo negócio”, disse.
Sobre a pasta Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, a ser comandada por Naban Garcia, a ministra afirmou que será um desafio realizar a titulação das terras familiares, “hoje utilizadas de forma precária”. “Naban, esse será seu desafio”, completou.
“O setor agropecuário apoiou em peso a candidatura de Bolsonaro e é natural que haja grande expectativa de inovação no setor, nosso setor é grande e gerador de empregos”, afirmou. Tereza Cristina ainda mandou um recado para o Banco do Brasil e afirmou que quer crédito e seguro rurais disponíveis, de maneira farta e ágil para os produtores.
Tereza Cristina ignorou em seu discurso a questão das terras indígenas. Medida Provisória publicada hoje passou a responsabilidade de realizar a reforma agrária e demarcar e regularizar terras indígenas e áreas remanescentes dos quilombos passou a ser, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Antes da publicação da MP, a demarcação das terras indígenas cabia à Fundação Nacional do Índio (Funai). Já o trabalho de reforma agrária e as demarcações das áreas dos antigos quilombos eram realizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).